Álvaro Pacheco

Tessitura
 
  
Tecem-se fios e resultam sonhos
em branco e preto no sofá da sala:
claros-escuros de intenções
do inconsciente - ressurge o espasmo
em labirinto: tua morte antiga
vai renascer: eis outra cor, eis outra forma
teu novo mundo.

Tecem-se sonhos e resultam fios
do dia-a-dia e outros compostos
sem plenitude. No fim da lágrima
o carcinoma do teu desejo
sem solução: o ofício é a luz
e não o escuro do teu sofá
sem cor nenhuma - renunciarás
à tua visão e tua pele
renascerá.

                     
Rio, novembro, 81                                              
                                                                                   

[ ÍNDICE  DO LIVRO ][ ÍNDICE  DO AUTOR ]
 
 
 
 
 Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  11  de  Agosto  de  1998