Cirstina Areias


O Mapa de coxilha do fogo

Na luta pela minha terra, Deitei nela suor, e sangue, E todos os músculos meus retesados... Reconheço, agora, Em suas verdes coxilhas, Meus nervos, antes em afã de fogo de batalha, Agora, lassos... No vento doce da acácia-negra, Meu hálito, antes bafejando gládio Verti a mim mesmo, nesta terra... Seu grão percorre minhas veias Num raizame de abraço estreito Meu sangue encharca seu leito em arroios tortuosos e soberbos E, o do inimigo de antes, cala nos olhos do povo um pavor de fogo-fátuo, De mula-sem-cabeça... Ouço canções e falas que plagiam seus sons... E, hoje, nem sei se sou Barro ou Homem, Tamanha a fraternidade que viceja em nós dois... Ou então... Suponho que a terra é fêmea... E andei defendendo princesas! Sento à noite, na campanha, E, num misto de Guerra e Paz, Eu e ela olhamos para a Lua Com desejos obscenos de conquista! E assim, traçamos, cúmplices os dois, Um curioso mapa Que vai do grão ao coração, E do coração ao Universo...


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