Alberto da Costa e Silva

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Ao ar devolvo o céu, num assobio,
e o céu de mim, cantando noutro chão,
que também dói, arado a cada ofego,
regressa a outro corpo constelado

de cornos oscilantes e de gruas,
de remos, de folhagens e alimárias
velas de cafunés, carnaubais
e jaqueiras navais em seus luares.

Regressa o céu ao céu, já transformado
no vôo dos  meus olhos, ramo e aragem
conservados num gomo de bambu,

e à querência devolvo o dia todo,
que, respirado em pranto ou salto claro,
é sede, agora, eqüestre  rogo e amor.

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de  Agosto  de  1998