Aramis Ribeiro Costa  

Soneto dos Cabelos 
 
                                                                                   
Esvoaçantes vejo os teus cabelos
Fios de seda que vaidosa afagas
Onde concentras todos os desvelos
E um precioso tempo sempre estragas...

Eu te suplico, não tentes fazê-los
Mais belos do que são!  E sempre tragas
Teus cabelos bem soltos, que de vê-los
Assim revoltos, me parecem vagas

De um mar sem fim de eterna sedução
Onde eu me afogo sempre, e com razão
Pois resistir não há de alguém a tanto!

E se me queres tanto quanto penso
Não troques esse teu encanto imenso
Por um premeditado e falso encanto...

                                                       

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Página  editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de Fevereiro de 1998