Aramis Ribeiro Costa  

Somente Sou Enquanto Sinto e Penso 
 
                                                                                   
Somente sou enquanto sinto e penso
Neste mortal, misérrimo arcabouço
Que embora viva em sonhos é carne e osso
E vê em tal contraste um contra-senso.

Existo enquanto falo, vejo ou ouço
Ou sinto no meu peito um amor intenso
Já não serei naquele negro fosso
Que abrigará o pó dos sonhos.  Venço

O miasma cruel e metafísico
Que compromete o sonho e mata o físico
Numa elocubração que é metafórica.

E em devaneio redundante e onírico
Eu volto ao existencialismo empírico
Da afirmação primeira e categórica.

                                                       

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Página  editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  18  de Fevereiro de 1998