Raimundo Fontenele


Poética

curvos e curvas sopram mais que males no cordão dos ares da verdade nua nua e crua como a palidez do sono quando a natureza dos pés à cabeça nos pergunta: como? palha gralha linda calvo favo aceso lâmpada do nada sobre o pó desfeito de um chão fugido por bicar um pássaro maçã tarde e calma Ah! eu adormeço... longe e longo tomo um farol sumido nos confins da noite grito, coração, que grito? fala para a ala dúbio alvorecer fala parasia antes de morrer do capim dourado morivigerando no verdor da lua salta o sol de quando tudo era na erva o fluxo de existir vida-taça, gota do ser no devir.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *