Jonas da Silva


Barro Amarelo

Do cemitério o chão, aqui, a cova, Parece de oiro: é lindo este amarelo. Aqui vieram fazer o seu castelo Os que passaram pela Grande Prova. Os que têm fome de oiro, os que uma trova À auricídia cantaram com desvelo, Aqui o têm sob a folha do cutelo Da Morte, curvo como a Lua Nova. As raízes das árvores tenazes Não penetram no solo socalcado; No entanto viçam rosas e lilases. — Vais em visita a alguém que tua alma chora? Liga-te a argila os pés ao chão... Cuidado! Este barro amarelo te devora! ...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *