Garcia Rosa


Esquiva

Quando passas altiva e desdenhosa, Como uma deusa em mármore esculpida, Lembras-me a Grécia antiga e luminosa E, adorando a Mulher, bendigo a Vida. Toda a força do amor misteriosa Trazes soberbamente refletida Na perfeição da plástica mimosa E na graça do andar, indefinida... Mas quando te acompanho na esperança De penetrar os íntimos refolhos Dessa alma em flor, que a amar não se abalança, Volves em torno, distraída, os olhos, Na pertinácia vã de uma esquivança Que semeia ilusões em vez de abrolhos.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *