Gonçalo Jácome


Flores Noturnas

Na eterna paz das noites silenciosas E por onde estrelas glaciais florescem, Pelas excelsas aras luminosas Dos céus azuis, brancas neblinas descem. Cristalinas hosanas langorosas Na boca dos arcanjos desfalecem. E num concerto de harpas misteriosas Lótus de amor pela amplidão fenecem. Todo o paul da terra se perfuma E desabrocha no éter e na bruma A gestação das flores imortais. E, do mar das angústias e das ânsias, As nossas almas bóiam nas distâncias Das remotas paragens siderais.


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