Emiliano Perneta


De um Fauno

Ah! quem me dera, quando passa em meu caminho Juno! com seu andar de névoa que flutua, Poder despi-la dessa túnica de linho... E vê-la nua! Eu só compreendo estátua nua! Nua! essa corça nua é branca, e é como a Lua... Ser eu Apolo! embriagá-la do meu vinho! Porém se estendo no ar os meus braços, recua, Esquiva a dama apressa o passo miudinho... A dama foge, não deseja que eu avance... Meu desejo, porém, é um gamo. De relance, Vendo-a, corre a querer sugar-lhe o claro mel... Despe-a; carrega-a, assim, despida, para o leito... E, nua, em flor, bem como um sátiro perfeito, Sobre o feno viola essa Virgem cruel!


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