Cid Teixeira de Abreu
Soneto de Amor
					o meu amor é só. como as gaivotas, 
					criei-o na aurora dos rochedos, 
					acima da impotência dos enredos, 
					na trilha insondável de outras rotas.
					meu amor é meu ser e meus segredos, 
					a virtude trincada de revoltas.
					se não há o querer de eras remotas, 
					ausência também há de velhos medos...
					e cibório de nervos e memória
					tensa, coberta de sangue — oh granito!
					dólmans brancos nas páginas da história.
					o meu amor... quem sabe compreendê-lo, 
					se a própria alma, na angústia do infinito, 
					é chama e cinza, é ternura e gelo?!...
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *