Celso Pinheiro


Mater

A minha mãe, uma velhinha doce, De olhar de mel e beijos de torcazes, A minha mãe, coitada! talvez fosse A dindinha dos cravos e lilases!... No seu ventre bendito Ela me trouxe Nove meses... E um dia, sob audazes Raios de sol primaveril, notou-se Que surgira um bebê de olhos vivazes... Era eu! era um poeta extravagante, Que nascera sem festas nem alardes, Quando o dia era um límpido diamante... A minha mãe... matou-a o mês de Agosto! E é por Ela que eu vou todas as tardes Rezar na capelinha do Sol-posto!...


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