Carvalho Aranha


Mundo Interior

Faz dias, (quantos?) despertei, chorando. Alguém morreu dentro de mim; parece Que sinto badalar, saudoso e brando Um velho sino, convidando à prece. Dlin, dlon; dlin, dlon... Os ecos despertando Tal som semelha a voz de quem padece, Voz desolada, estertorosa, quando A grande Vaga do Infinito desce... Ouço um confuso soluçar, em torno; E a alma pirilampeja, comovida, Num derradeiro raio, baço e morno. E escuto, agora, em trêmulos, plangente, Vibrar o sino, em funeral à vida, Que, em meu olhar, é como o Sol poente...


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