Adelino Fontoura


Celeste

É tão divina a angélica aparência E a graça que ilumina o rosto dela, Que eu concebera o tipo da inocência Nessa criança imaculada e bela. Peregrina do céu, pálida estrela, Exilada da etérea transparência, Sua origem não pode ser aquela Da nossa triste e mísera existência. Tem a celeste e ingênua formosura E a luminosa auréola sacrossanta De uma visão do céu, cândida e pura. E quando os olhos para o céu levanta, Inundados de mística doçura, Nem parece mulher — parece santa.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *